Lenda de São Jorge


Lenda

   De acordo com J.Alves (2000) entre as muitas lendas sobre este mártir a mais conhecida conta que um horrível dragão saía de vez em quando das profundezas de um lago e atirava-se contra os muros da cidade de Lídia e aniquilava tudo o que aparecia pela frente. Para terminar com esta calamidade a população oferecia-lhe ovelhas ou outros animais, contudo, os animais já eram escassos e tiveram que ser oferecidas jovens vítimas escolhidas por sorteio. Um dia coube à princesa de Lídia (filha do Rei) ser oferecida para ser comida pelo monstro. A princesa parecia irremediavelmente destinada a um fim cruel. Contudo, foi o destemido cavaleiro São Jorge resgatá-la, mas antes, fez o rei jurar, que se a trouxesse de volta, ele e todos os seus vassalos, se converteriam ao cristianismo. Após a aceitação da proposta por parte do rei, São Jorge partiu atrás da princesa e do dragão. Ao encontrar a fera, São Jorge lutou corajosamente domando-o com a sua espada e assim salvou a princesa. Pouco tempo depois a princesa conduziu o dragão, como um cordeiro, em direcção ao seu povo e São Jorge foi recebido com honrarias e com muitas manifestações de fé. O misterioso cavaleiro assegurou-lhes que tinha vindo em nome de Cristo, para vencer o dragão. O dragão (o demónio) simbolizaria a idolatria destruída com as armas da Fé. Já a donzela que o santo defendeu, representaria a província da qual ele extirpou as heresias.

Biografia

    Segundo J.Alves (2000) São Jorge terá nascido na antiga Capadócia (Turquia), no século III D. C, era filho de família abastada e ao atingir a adolescência mudou-se para a Palestina entrando para a carreira das armas onde foi promovido capitão do exército romano e mais tarde foi promovido conde da Capadócia. Com 23 anos passou a residir na corte imperial em Roma, exercendo a função de Tribuno Militar.
       Por altura século III D.C o Imperador Diocleciano (Imperador de Roma de religião pagã) tinha planos de matar todos os cristãos e no dia marcado, São Jorge, membro dos jovens soldados do vasto Império de Roma, levantou-se no meio da reunião e inesperadamente defendeu os cristãos, o que gerou bastante espanto, defendendo com grande ousadia a fé em Jesus Cristo como Senhor e salvador dos homens. Indagado por um Cônsul, também de religião pagã, sobre a origem dessa ousadia, São Jorge prontamente respondeu-lhe que era por causa da Verdade. O Cônsul, insatisfeito, quis saber: "O que é a Verdade?". São Jorge respondeu-lhe: "A Verdade é meu Senhor Jesus Cristo, a quem vós perseguis, e eu sou servo do meu redentor Jesus Cristo, e Nele confiado me pus no meio de vós para dar testemunho da Verdade."
Como São Jorge se mantinha fiel a Jesus, o Imperador tentou fazê-lo desistir da fé torturando-o e após cada tortura era levado perante o Imperador, que lhe perguntava se renegaria a Jesus para adorar os ídolos. Mas São Jorge reafirmava a sua fé, lutando na conversão ao cristianismo, respondendo sempre: "Não, Imperador! Eu sou servo de um Deus vivo! Somente a Ele eu temerei e adorarei". O glorioso mártir foi condenado à morte por ter renegado os deuses do império pelo ano de 303 D.C.
    Os restos mortais de São Jorge foram transportados para a cidade de Lídia (Palestina) onde foi sepultado.

Devoção a São Jorge

   Quanto ao culto deste mártir J.Alves (2000) refere que no pricípio século IV D.C o Imperador Constantino lhe levantou uma igreja em Constantinopla dedicada a São Jorge. No Egipto, nos primeiros séculos após sua morte, construíram-se quatro igrejas e quarenta conventos dedicados ao mártir. Naquela altura na Alemanha, em Bizâncio, no Estreito de Bósforo, Roma e na Grécia, São Jorge era considerado um dos maiores Santos da Igreja Católica. Na Itália (século VI), em França e m Inglaterra (século VIII) havia muitos devotos de São Jorge bem como conventos, igrejas e ordens militares. Durante a Grande Guerra, muitas medalhas de São Jorge foram cunhadas e oferecidas aos enfermeiros militares e às irmãs de caridade que se sacrificaram ao tomar conta dos feridos. Nas artes, também, se divulgou amplamente a imagem do santo. Em Paris, no Museu de Louvre, há um quadro famoso de Rafael, intitulado "São Jorge vencedor do Dragão".


Bibliografia: Alves, J.B. (2000). Os Santos de Cada Dia. Paulinas Editores.




Em Vila Nova a capela de São Jorge fica a sul da povoação num belo local ladeado de natureza. Todos os anos é realizada uma romaria em sua honra que coincide por volta do 23 de Abril, coordenada pela Comissão de Festas de S.Jorge. A festa começa com torneio de sueca, no dia seguinte é abrilhantada por baile e no último dia celebra-se uma missa solene, sucedem-se competições de jogos tradicionais, baile e farra até de madrugada.